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MATA CILIAR
Mata ciliar é a designação
dada à vegetação que ocorre nas margens de rios e
mananciais. O termo refere-se ao fato de que ela
pode ser tomada como uma espécie de "cílio", que
protege os cursos de água do assoreamento.
Matas ciliares são as árvores que estão nas
margens dos rios, conforme mostra a figura acima: as
areias dos barrancos tendem a invadir os rios sem a
proteção das árvores com suas raízes, os rios são
assoreados, ou seja, cheios de terra ou areia. As
árvores nas margens mantêm a umidade evitando ao
máximo que a água se evapore.
No Brasil
perdem-se centenas de rios e milhares de nascentes
todos os anos, quanto tempo acha que poderemos
manter este ritmo de degradação?
Se quer um
Brasil desértico em poucos anos, continue apoiando a
incompetência. Deseja-se um país paraíso, apoie o
(SFB). Mais sobre o assunto,
No
Cerrado, a mata ciliar é conhecida como mata de
galeria, e é composta por vegetação mais frondosa.
Ocupa áreas de vales úmidos ao longo de cursos de
água, em solos aluvionados por conta da erosão.
Meliaceae, Euphorbiaceae, Moraceae, Lauraceae, entre
outras, fazem parte do grupo de espécies existentes
nessa vegetação. É também importante no processo de
barragem de detritos e para estabilização de
barrancos. Algumas matas de galeria formam veredas
herbáceas em suas bordas, importantes vias de
trânsito da fauna.
Floresta que se mantém
verde durante o ano todo (não perde as folhas
durante a estação seca) que acompanha os córregos e
riachos da região Centro-Oeste do Brasil. Apresentam
árvores com altura entre 20 e 30 metros. Esta
fisionomia é comumente associada a solos hidro
mórficos, com excesso de umidade na maior parte do
ano devido ao lençol freático superficial e grande
quantidade de material orgânico acumulado,
propiciando e decomposição que confere a cor preta
característica desses solos (tipo de Cerrado).
A mata ciliar é encontrada ao longo do curso dos
rios e tem uma fisiologia dos diversos biomas
existentes, mesmo não estando diretamente ligada a
eles. As espécies arbóreas apresentam diferenciações
sutis que só são percebidas por um bom especialista
em taxonomia.
Essas formações arbóreas variam
de acordo com a região onde se encontram e a
vegetação que predomina no local. Podendo ser
encontradas do norte ao sul do Brasil, apresentam
uma notável biodiversidade arbórea.
Toda
essa floresta associada a curso d’água tem uma
estrutura e funcionalidade ecos sistemática,
aparentemente similar. No entanto elas diferem
fundamentalmente entre si, pela sua composição
taxonômica, conforme o domínio a região e até a
altitude em que são encontradas...”. (Rodrigues e
Filho, 2001).
Esses tipos de mata são
considerados por muitos um verdadeiro mosaico, pois
podem ocorrer de uma forma ou de outra em todas as
regiões do país. Esse tipo de mata também influencia
na forma que existirá naquela região de
predominância da mata ciliar. Para entender melhor
sobre esses aspectos observaremos algumas
características do solo, da bacia hidrográfica e de
outros elementos existentes durante o curso das
águas, que influencia diretamente nas
características das espécies arbóreas existentes
nestes locais.
Nomenclatura
Como vimos
inicialmente às formações arbóreas existentes na
beira dos rios se modificam conforme as necessidades
que os locais onde elas se encontram pedem. Mas
também há diferença nos nomes a que se dá a essas
formações.
Essas matas de modo geral são
chamadas de “formação ribeirinha”, têm sido comuns
em algumas literaturas por suas características
edáficas (floresta de brejo, de várzeas ou aluvial).
As comunidades ribeirinhas que vivem perto destas
áreas de mata ciliar muitas vezes chamam essas áreas
por nomes baseados nas espécies que predominam no
local (cocais buritizais etc.).
Dentro dessa
nomenclatura podemos encontrar o termo “floresta de
galeria”, encontrada nas regiões onde não há
formação florestal como cerrado, caatinga, entre
outros. Quando essas formações ocorrem em locais
onde os solos são encharcados podemos definir como
“floresta paludosa”.
Dessas denominações que
são bastante usadas em publicações sobre formações
ribeirinhas, outras denominações são dadas pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) no sistema fisionômico ecológico, apresentou
vários aspectos interessantes, dentre eles
destacamos:
1. Nas florestas ribeirinhas há
uma subdivisão com características ambientais na
forma de relevo, sendo acrescentadas ao termo
aluvial no final dessas denominações (Floresta
Ombrófita Densa Aluvial).
2. A criação de uma
categoria para as formações primárias (não
antrópico*), no nível das Regiões Fito ecológicas
podendo assim ser chamadas de “formações pioneiras”
com influência fluvial nessas áreas para as áreas de
restinga são chamadas de “vegetação com influência
marinha”, para as áreas de manguezais e campos
sulinos “vegetação com influência fluviomarinha”.
Encontram-se também transições de solo, de
vegetação e de uma grande gradiente de umidade do
solo, que impõem o tipo de vegetação. As matas
ciliares são sistemas que funcionam como reguladores
do fluxo de água, sedimentos e nutrientes entre os
terrenos mais altos da bacia hidrográfica e o
ecossistema aquático.
Essas matas desempenham
o papel de filtro, o qual se situa entre as partes
mais altas da bacia hidrográfica, desenvolvida para
o homem para a agricultura e urbanização; e a rede
de drenagem desta, onde se encontra o recurso mais
importante para o suporte da vida, que é a água.
Os ecossistemas formados pelas matas ciliares
desempenham suas funções hidrológicas das seguintes
formas:
Estabilizam a área crítica, que são
as ribanceiras do rio, pelo desenvolvimento e
manutenção de um emaranhado radicular;
Funcionam como tampão e filtro entre os terrenos
mais altos e o ecossistema aquático, participando do
controle do ciclo de nutrientes na bacia
hidrográfica, através de ação tanto do escoamento
superficial quanto da absorção de nutrientes do
escoamento subsuperficial pela vegetação ciliar;
Atuam na diminuição e filtragem do escoamento
superficial impedindo ou dificultando o carregamento
de sedimentos para o sistema aquático, contribuindo,
dessa forma, para a manutenção da qualidade da água
nas bacias hidrográficas;
Promovem a
integração com a superfície da água, proporcionando
cobertura e alimentação para peixes e outros
componentes da fauna aquática;
Através de
suas copas, interceptam e absorvem a radiação solar,
contribuindo para a estabilidade térmica dos
pequenos cursos d'água.
A mata ciliar e a
qualidade da água.
O principal papel
desempenhado pela mata ciliar na hidrologia de uma
bacia hidrográfica pode ser verificado na quantidade
de água do deflúvio.
Em estudos realizados
para verificar o processo de filtragem superficial e
subsuperficial dos nutrientes, nitrogênio, fósforo,
cálcio, magnésio e cloro; através da presença da
mata ciliar, as conclusões foram as seguintes:
A manutenção da qualidade da água em micro
bacias agrícola depende da presença da mata ciliar;
A remoção da mata ciliar, resulta num aumento da
quantidade de nutrientes no curso de água;
Esse efeito benéfico da mata ciliar é devido à
absorção de nutrientes do escoamento subsuperficial
pelo ecossistema ripário.
O consumo de água
pela mata ciliar
Em regiões semiáridas, onde
a água é limitante, a presença da mata ciliar pode
significar um fator de competição. Isso se deve ao
fato de que as árvores das matas ciliares apresentam
suas raízes em constante contato com a franja
capilar do lençol freático. Nesse caso, o manejo da
vegetação ripária pode resultar numa economia de
água.
No caso de se pensar em aumentar a
produção de água de uma bacia mediante o corte da
vegetação da mata ciliar em regiões semiáridas,
deve-se considerar que a eliminação da vegetação
deve ser por meio de cortes seletivos e jamais por
corte raso.
Isso porque as funções básicas
das matas ciliares, manutenção de habitat para
fauna, prevenção de erosões e aumento da temperatura
da água devem ser mantidas. Na região sul do Brasil,
onde o clima é subtropical era sempre úmido, ou
seja, a umidade e as chuvas desaparecem com o
desmatamento.
Referências:
1. Os
domínios de natureza no Brasil: potencialidades
paisagísticas. Aziz Ab.Sáber. - São Paulo: Ateliê
Editorial, 2003. ISBN 978-85-7480-355-5 2-
Sociedade Federativa Brasileira
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